Cadernos de Pesquisa - Volume 9 - número 22 - page 150

Ética e estética: confrontos.. -
Robson Loureiro
et al.
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. 22,
p
.131-154
maio
/
ago
. 2014.
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Não há como negar que, entre os teóricos da primeira geração
da Escola de Frankfurt e Lyotard, existe uma afinidade temática.
Esse fato tem levado a curiosas posições no âmbito da filosofia da
educação, como a de Severino (1999, p. 315) que considera ser
a Teoria Crítica a “raiz das vertentes filosófico-educacionais que
designei como arqueogenealógicas, representativas do pensamento
pós-moderno ou pós-estruturalista”.
Nossa análise caminhou em sentido diferente dessa posição e
se pautou pela posição de Loureiro (2009) segundo a qual:
... talvez seja mais prudente não classificar a Teoria
Crítica, em particular o pensamento de Adorno, como
matriz de qualquer tipo de formulação de um ideário pós-
moderno. A meu ver, as possíveis proximidades teóricas
entre o pós-moderno e a filosofia de Adorno são frouxas
e insuficientes para que se proponha uma afiliação,
ou mesmo que se atribua a linhagem do pensamento
pós-moderno à Teoria Crítica da Sociedade. Mais do
que afinidades temáticas, urge evidenciar o tratamento
teórico desses temas (LOUREIRO, 2009, p. 187-188).
Como se percebe, este artigo seguiu essa indicação. Assim, no
que se refere à arte e à estética, para o movimento pós-moderno
não haveria distinção entre a vida e a arte. O que importa é o
momento, o aqui e o agora. Tudo se transforma em arte, até mesmo
os produtos da indústria cultural. No entanto, essa concepção não se
coaduna com a postura dos frankfurtianos, para quem a obra de arte
verdadeira, segundo Duarte (2001, p. 41), representa o caráter de
expressão da condição humana – com toda a sua dor e esperança.
Basta recordar que, para Adorno (1982, p. 28), “Os ingênuos
da indústria cultural, ávidos das suas mercadorias, situam-se aquém
da arte; eis porque percebem a sua inadequação ao processo de vida
social atual – mas não a falsidade deste”. Mercadoria e obra de arte
tornam-se, no bojo da sociedade administrada capitalista de elevado
consumo, sinônimos de estética, ou, como escreveu Adorno “paródia
da aparência estética” (idem, p. 29).
Em decorrência dessa tese, é possível afirmar que as
mercadorias da indústria cultural não podem ser consideradas
obras de arte. Quando afirma isto, Adorno põe em relevo, de forma
dialética, “o fato de que a obra autêntica e autônoma, característica
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