Cadernos de Pesquisa - Volume 9 - número 22 - page 137

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Ética e estética: confrontos.. -
Robson Loureiro
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.131-154
maio
/
ago
. 2014.
Disponível em <
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Essa metáfora demonstra a impossibilidade de se falar uma
metalíngua universal. Para Lyotard, as metanarrativas derivadas
da ideia de universalidade seriam etnocêntricas e opressoras. Os
múltiplos jogos de linguagem existentes na cultura contemporânea
seriam autolegitimantes, de modo que as moralidades, embora
múltiplas, locais e temporárias, não poderiam ser questionadas a
partir de fora de si mesmas.
Ao evitar o etnocentrismo das metanarrativas, Lyotard
consequentemente rejeita qualquer utopia, pois alega que elas
também oprimiriam a pluralidade. Para ele, a
... nostalgia do relato perdido desapareceu para a
maioria das pessoas. De forma alguma segue-se a isto
que elas estejam destinadas à barbárie. O que as impede
disso é que elas sabem que a legitimação não pode vir de
outro lugar senão de sua prática de linguagem e de sua
interação comunicacional (LYOTARD, 1979, p. 74).
Seria suficiente, para Lyotard, que as pessoas tomassem
consciência dos múltiplos jogos para que a barbárie fosse evitada. O
indivíduo pós-moderno, a partir da reflexão ético-estética de Lyotard,
torna-se fruidor das várias moralidades existentes na cidade.
No ensaio Paradoxo sobre o artista gráfico, Lyotard faz
referência ao tédio dos passantes das grandes cidades, bem como
à ausência de experiência por eles apresentada. O artista gráfico
é, assim,
... o artista popular de uma cidade sem povo e de
uma população sem tradição. Seus destinatários,
todos nós, são habitados pela paixão monótona das
“performances”. Só pensam no que é possível, na
“factibilidade”, como se diz. Apressam-se. Largam o
passado se não for explorável. “Ter experiência”, essa
lentidão os faz rir, é lastro a ser jogado fora, é melhor
ser amnésico para andar mais depressa (LYOTARD,
1996, p. 47).
O público que abandonou a tradição se constitui como uma
incógnita pouco estável, sendo descrita por Lyotard como “a
combinação, continuamente desfeita e refeita, de sensibilidades
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