Cadernos de Pesquisa - Volume 9 - número 22 - page 27

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A constituição do campo ... -
Antônio Joaquim Severino
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. 22,
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.21-42
maio
/
ago
. 2014.
Disponível em <
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pelos seus sujeitos, especialmente pelo professor, que recorre aos
referenciais da filosofia para pensá-la e para pensar-se” ( p. 22).
Também o debate acerca da formação humana precisaria
ter continuidade, inclusive com a exploração mais sistemática da
tradição clássica, para além de qualquer limitação a um interesse
puramente exegético, mas orientando-se pela noção da filosofia
como pensamento da atualidade.
Outro desafio é não fechar os olhos para a tendência mundial
de profissionalização especializada do ensino superior, cabendo à
Filosofia da Educação investir pedagogicamente para contrapor-
se a essa mentalidade altamente técnica que pode levar as novas
gerações à insensibilidade à problemática humana, social e ambiental
(p. 23). Trata-se, então, de tarefa designada à Filosofia da Educação
de ocupar espaço imprescindível e de desempenhar seu papel
pedagógico insubstituível na formação dos profissionais para o
mundo contemporâneo.
A
contribuição
do
GT
para
a
constituição
do
campo
disciplinar da
F
ilosofia da
E
ducação
Esta breve síntese do balanço e da avaliação da produção
acumulada do GT ao longo de seus vinte anos de caminhada
é referência suficiente para se aquilatar a sua participação na
consolidação da área da Filosofia da Educação em nosso contexto,
como um campo disciplinar específico. Como se pode ver por ela, não
há como negar a influência do trabalho do GT na consolidação de
todos os elementos necessários para a constituição de tal campo.
Mas o que vem a ser um campo disciplinar?
Antes de mais nada, é preciso insistir em que não se trata de
restringir o alcance da Filosofia da Educação à sua condição de
disciplina curricular, como muitas vezes é feito. Na verdade, quando
disciplina, considerada isoladamente, ela perde sua identidade, caindo
num certo nominalismo. É o que mostram várias pesquisas, como
aquelas conduzidas por integrantes deste Grupo. (ALBUQUERQUE,
1997; 1998; 2005; TOMAZZETTI, 2003; GUARDE, 1998).
Não se trata também, como é comum dizer em nossos meios
acadêmicos, da constituição do campo científico da Filosofia da
Educação, expressão que obviamente traduz um ponto de vista
análogo ao que ocorreu com as várias ciências. Mas, a priori,
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