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A constituição do campo ... -
Antônio Joaquim Severino
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. 9,
n
. 22,
p
.21-42
maio
/
ago
. 2014.
Disponível em <
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no ensino médio e no ensino fundamental. Como características
marcantes de toda a produção do GT, consideram “que, de maneira
geral, a produção intelectual do GT quando pensa a educação, o
faz, sobretudo, sob a ótica de uma educação formal e escolar” (...)
sem que ocorra “uma abordagem da educação que transcenda os
limites do saber em sua versão sistematizada. A filosofia inscreve-se
nos limites do racional, do erudito e da Cultura (com c maiúsculo),
desconsiderando-se os processos de formação humana inseridos
dentro de outras lógicas” ( p. 70).
Já, o histórico elaborado por Pagni e Dalbosco, além de
detalhada apresentação de todas as reuniões do GT, relacionando os
autores e seus trabalhos, traz uma proposta de leitura da trajetória
do Grupo de acordo com a qual ela se constituira de três grandes
momentos. Um primeiro momento, que foi de 1993 a 1996, se
caracterizou pela fase de germinação do próprio Grupo e, como
tal, marcou-se pelo atendimento de demandas emergentes da
Filosofia da Educação, que buscava autonomizar-se em relação
aos grupos iniciais em que se abrigaram os primeiros trabalhos de
cunho filosófico; o segundo momento, situado entre 1997 e 2005,
ficou marcado pelo esforço de superação de uma “crise” da área
e de constituição de um campo disciplinar próprio; já o terceiro
momento, que se iniciara em 2006, configurou uma etapa de
certa consolidação em que os trabalhos aconteciam num terreno
de interlocução e, sob uma pluralidade paradigmática, debatiam
em torno da questão da formação humana, eleita como o tema
aglutinador e como um de seus objetivos privilegiados ( cf. p. 1).
Destacam os autores que essa terceira etapa propiciou “o clima
plural de debates esperado e um papel político-acadêmico importante
no âmbito da Filosofia da Educação no Brasil” ( p. 1). Tratou-se de
fase em que a Filosofia da Educação, assim como acontecera com a
História da Educação, “também se aproximou da Filosofia, de suas
abordagens interpretativas e, em especial, de algumas correntes
da Filosofia Contemporânea com objetivo de pensar a educação
desse ponto de vista filosófico e, efetivamente, demarcá-lo como
um campo específico dos saberes pedagógico e educacional” ( p.
4). Este investimento na configuração de sua identidade, visando
superar a dispersão que se manifestava, consolidou-se no segundo
momento quando começou “a emergir uma tendência dos estudos
em ocupar-se das interfaces da Educação com a Filosofia em torno