Cadernos de Pesquisa - Volume 9 - número 22 - page 15

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p
.13-17
maio
/
ago
. 2014.
Disponível em <
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na escola,
os autores tratam da escola, grande máquina de vigilância
da modernidade, produto de um longo processo histórico que a coloca
como o lugar privilegiado, exclusivo e legitimado de saber. Segundo os
autores, a escola é o local onde, através do ato de educar, os sujeitos
são tirados de seu estado de selvageria. O artigo analisa a escola
enquanto instituição disciplinar, principalmente quando surgem,
nos séculos XVII e XVIII, as chamadas disciplinas, cujo objetivo era
tornar a criança um corpo dócil e útil ao corpo social. Nos dias de
hoje, a sociedade disciplinar, que buscava a estabilidade através da
disciplina e da docilidade dos corpos, está dando lugar à sociedade
de controle, de modo que a escola está cada vez menos preocupada
com a produção de corpos dóceis e mais ocupada com a fabricação
de corpos flexíveis, corpos que saibam jogar o jogo do livre-mercado.
Eis o corolário levado a cabo pelos autores.
Belkis Souza Bandeira e Neiva Afonso Oliveira em
Educação,
filosofia, arte e ruptura: revisitando Theodor W. Adorno
, trazem para
o centro do debate desenvolvido no texto o fato de que a educação e
a filosofia, à maneira da arte, podem explorar caminhos no sentido
de despertar, no interior de cada indivíduo, uma região ainda não
domesticada pelos modelos incutidos pela racionalidade instrumental
vigente na sociedade hoje. As autoras lançam mão do referencial
filosófico ofertado por Theodor Adorno para pensar a educação e os
processos formativos em geral, no contexto da sociedade hodierna,
pelo viés ou caminho do negativo, que caracterizou o que Adorno
entendia como arte autêntica, pela sua negação aos modelos
vigentes.
Explorando, também, o viés adorniano em diálogo com W.
Benjamin, temos
Experiência e vida danificada: Walter Benjamin,
Theodor W. Adorno,
de autoria de Franciele Bete Petry, Jaison
Bassani e Alexandre Vaz. O texto comenta a presença do conceito
de experiência em ambos os autores, demarcando sua passagem de
categoria analítica do moderno em Benjamin para conceito crítico, em
seu reverso, na obra de Adorno, em especial em sua
Minima Moralia
.
Colocando em diálogo os dois filósofos da contemporaneidade,
os autores procuram contextualizar as impossibilidades da utopia
formativa tal como a tradição pedagógica a propôs, observando suas
consequências para a educação e, afirmando existir um decaimento
das narrativas, anunciam o risco a que estão sujeitas as utopias
formativas.
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