Infância e filosofia... -
Vilmar A. Pereira e Jaqueline C. Eichenberger
226
C
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. 9,
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. 22,
p
.206-228
maio
/
ago
. 2014.
Disponível em <
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4.
O reconhecimento e a denúncia das intervenções do mundo do
sistema no universo infantil.
Uma leitura filosófica da infância
não pode ignorar o diagnóstico habermasiano das crescentes
interferências do sistema sobre as formas de vida;
5.
O reconhecimento da mímesis como recurso de aprendizagem e
expressividade à infância pós-metafísica.
6.
A criança não é mais objeto.
O pensamento pós-metafísico deixa
clara a superação dessa relação objetivadora. Reconhece que as
crianças como seres de linguagem têm voz, vontades, desejos e
posicionamentos que fazem parte da sua constituição;
7.
A necessidade de maior interação entre a criança e o adulto
sugerida a partir da noção de intersubjetividade.
8. A criança não é mais vista como o futuro idealizado.
Com a
mudança na noção de tempo e com a emergência do conceito
de “presenteísmo”, a infância deixa de ser vista como o “ainda
não” que deve ser lapidado, e passa a ser o agora, o hoje. Isso
sugere uma redescrição da infância;
9. A necessidade de limites na infância.
Discutir os limites associados
à infância pressupõe uma definição de adulto e de infância e da
força que um exerce sobre o outro. No contexto moderno, essa
definição de papéis era bem clara, como também a hierarquia e
o poder que o adulto exercia sobre a criança. Defendemos que
a melhor maneira de se trabalhar disciplina na infância ocorre a
partir do momento em que conseguimos estabelecer consensos
mínimos com a crianças;
10.
A infância não morreu, tampouco está desaparecendo.
Essa
tese de Postman (1999), que teve grande impacto, pode ser hoje
refutada. O que desaparece são as construções que os adultos
teceram sobre o universo infantil nos moldes do paradigma
metafísico.
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Witnessed in the current context, in a sense, the legitimacy of the concept of
childhood in modern cut taking as reference many books of philosophy and
education that are produced. Generally, these books are intrinsic to recurrent
idea of childhood as a synonym of naivety and innocence. Most authors,