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Perséctivas político...
Pâmela F. Oliveira e Carlos H. Carvalho
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EmMinas Gerais, a necessidade de mudanças educacionais foi
defendida por Francisco Campos na década de 1920, como se lê
nesta passagem de um discurso seu que mostra o contexto em que
o movimento escolanovista ganhou corpo e penetrou na reforma,
pois “a escola primária como instrumento de educação, tal o
postulado sobre a qual v. excia. annunciou, deveria descançar a
reconstrução
do apparelhamento do ensino publico em Minas.
Este o princípio que norteou a
reforma
que hoje tenho a honra de
propor á consideração de v. Excia (
c ampos
, 1930, p. 11).
Omovimento da Escola Nova buscou criticar o ensino tradicional
associado a sistemas fechados de conceitos estáticos, prontos e
acabados. Por exemplo, aprender na escola tradicional era aprende a
ler, a escrever e a calcular, tendo a memorização como procedimento
didático elementar, que não levava à compreensão do conteúdo; além
disso, o castigo físico era a ordem geral para disciplinar e organizar
as classes e as salas de aula. Enquanto movimento escolanovista,
a sugestão era que a escola tinha de desenvolver o espírito crítico
e a atitude criadora do educando. Ideias como essas deram lastro
conceitual e teórico aos raciocínios e argumentos de Campos, como
se pode ler nesta passagem:
Os programmas devem ser organizados e executados,
não com a preocupação da quantidade de noções e
conhecimentos a serem ministrados, mas com a do
mínimo essencial, tendo em vista a qualidade das
noções para os usos da vida, a sua
organização em torno
dos centros de interesse da creança,
de maneira
que o
ensino não seja uma memorização de factos e de dados
desconnexos, mas a comprehensão das suas relações e
da importância e significação de cada um no contexto
das lições, experiências e problemas, e mais ainda,
que os themas das lições devem ser tirados, sempre
que possível da vida ordinária e expostos
em termos da
experiência infantil
(
campos
, 1930, p. 20).
As frases grifadas nessa passagem nos parecem indicar uma
atenção maior à criança educanda, pois seus interesses passam
a ser o centro de que deve partir a organização escolar; assim