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O projeto de expansão... -
Leandro Turmena e Maria José Subtil
interrogação e a busca; se por pesquisa entendermos
uma ação civilizatória contra a barbárie social e política
então, é evidente que não há pesquisa na universidade
operacional (CHAUÍ, 1999, p. 222).
Também não se pode deixar de considerar, que em nível nacional
a Universidade pública é responsável por quase 90% da pesquisa
e pela formação de novos pesquisadores (SOBRINHO, 1999). De
acordo com Sobrinho (1999), não há indícios de que as instituições
privadas, mercantilistas, queiram desenvolver a pesquisa e o
investimento em laboratórios e na qualificação do pessoal. Quando
o fazem é na perspectiva de marketing e nos limites da exigência
burocrática.
Neste sentido, a formação para o trabalho complexo é na
verdade uma formação menos complexa. A tão sonhada qualificação
por parte da classe trabalhadora se torna numa desqualificação.
A diplomação em nível superior não é garantia de qualificação. A
educação em nível superior se reduz ao ensino e/ou treinamento/
adestramento.
C
onsiderações
finais
Podemos afirmar que a expansão do ensino superior no Brasil,
na década de 1990, se articula dialeticamente com a sociedade
estruturada sob o modo de produção capitalista e com a função
que o Estado assume neste período.
Historicamente, a privatização da educação no Brasil é uma
política de Estado e que os governos deste período a aprofundaram.
Neste contexto, o Estado brasileiro, sob os ditames dos intelectuais
orgânicos do capital, os organismos multilaterais, incorpora
a ideologia neoliberal. Estes organismos que representam o
grande capital mundial delineiam as políticas para os países em
desenvolvimento, como forma de inserção à nova organização
social capitalista. Neste sentido, o Estado amplia sua atuação para
as lógicas do capital e, contraditoriamente, minimiza-se para as
demandas sociais da classe trabalhadora.
No que concerne à problemática investigada, constatamos
que o Estado atende à demanda que existe por ensino superior,
pelas vagas privadas. Percebe-se que, a contradição não se dá