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O projeto de expansão... -
Leandro Turmena e Maria José Subtil
na Reforma Universitária de 1968 sofre reformulações no
modus
operandi
nas instituições. De acordo com Neves e Fernandes (2002,
p. 31)
(...) somente as universidades continuariam a manter
a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão
como princípio educativo, enquanto todas as demais
se dedicariam exclusivamente ao ensino, ou seja, à
capacitação da força de trabalho para a realização
das tarefas especializadas em níveis distintos de
complexidade, demandadas pelo processo de difusão
do novo paradigma produtivo.
A
universidade da produção
cede lugar à
universidade do
consumo
(SAVIANI, 1985).
A produção de conhecimento – consubstancial à ideia
de universidade desde seus primórdios – tende a ser
substituída pela administração de dados e informações
de um processo de assessoria ao mercado, o que impõe
a sensível perda do necessário distanciamento que
esta instituição deve ter em relação à sociedade, da
capacidade de reflexão e crítica, característica também
histórica da universidade. Este processo de substituição
da produção de conhecimento pela administração
de dados e informações assemelharia a instituição
universitária, quando referida à sociedade, a empresas
prestadoras de serviços, e quando referidas ao mercado,
a uma instituição legitimadora da nova cultura política
caracterizada pela adaptação, pela instrumentalidade
(SILVA JR, 2002, p. 68).
Os países centrais não desejam ter o Brasil como produtor de
ciência e tecnologia. Desejam tê-lo apenas como mero consumidor.
Logicamente não é do interesse destes países que a universidade
brasileira invista na pesquisa e nem que o governo destine recursos
públicos para a mesma (BOGONI, 2002). Segundo Sobrinho (2000,
p. 63), as recomendações do BM são claras ao afirmarem que “a
pesquisa é coisa para os países ricos, que já teriam os recursos
materiais e humanos instalados para desenvolvê-la. Aos países pobres