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O projeto de expansão... -
Leandro Turmena e Maria José Subtil
crescente. Neste caso, o problema da desigualdade tende a
reduzir-se a um problema de não-qualificação. Na realidade, a
ideologia da educação como panaceia mascara as relações de
poder e dominação e ameniza o conflito de classes e o antagonismo
capital-trabalho.
O que se verifica, concretamente, é que, ao contrário da
distribuição de renda, a concentração do capital se acentuou e, ao
contrário “ (...) de mais empregos para egressos de ensino superior,
temos cada vez mais um exército de ‘ilustrados’ desempregados e
subempregados” (FRIGOTTO, 2001, p. 27). A realidade demonstra
que as promessas da política econômica e educacional não se
cumpriram.
A crise administrada pelo Estado na década de 1960,
expandindo o ensino superior privado, reaparece concretamente, a
saber, o desemprego dos diplomados. Desfaz-se “o mito de que o
progresso técnico demanda crescente contingente de diplomados
em nível superior e que tal diploma garante o exercício de um
trabalho qualificado e mais bem remunerado” (FRIGOTTO, 2001,
p. 176-177).
Sob a égide do capital, a educação, neste caso específico a
superior, é usada para as demandas do próprio capital na perspectiva
de treinar força de trabalho a serviço do desenvolvimento do
capitalismo e de expandir a exploração. O dito desenvolvimento
nada mais é, neste ponto de vista, que um não-desenvolvimento.
Segundo Frigotto (2001, p. 157) “(...) a ampliação do acesso à
escola, o alargamento do investimento público na área educacional
e o próprio processo de privatização do ensino devem ser entendidos
dentro da ótica do movimento do capital, de circulação e realização
da produção”. Segundo o autor, a escola, nos diferentes níveis de
ensino tende a ser usada como instância mediadora dos interesses
do capital, por esta ser uma instituição e se inserir no interior de uma
formação social, onde as relações sociais de produção capitalistas
são dominantes.
Nesta perspectiva, segundo o autor, a desqualificação da
escola em todos os níveis constitui-se numa forma sutil e eficaz
de negar o acesso aos níveis mais elevados de saber - elaborado,
sistematizado e historicamente acumulado - à classe trabalhadora,
ou no aligeiramento desta transmissão. Esta negação, além de
marginalizar esta classe das decisões que balizam o destino da