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O projeto de expansão... -
Leandro Turmena e Maria José Subtil
– para a realização do trabalho simples, alterou-se para
oito anos de escolaridade – ensino fundamental - a partir
dos anos de 1970. No que tange ao trabalho complexo,
em níveis distintos, o patamar mínimo, que era o nível
médio para o ramo tecnológico da escolarização e a
graduação em ensino superior, para o ramo científico
(...), alterou-se paulatinamente para o nível superior
de ensino em ambos os ramos de escolarização
(NEVES;FERNANDES, 2002, p. 23).
Nos primórdios do capitalismo industrial, o
trabalho simples
tinha um caráter prático em que o local de trabalho era, ao mesmo
tempo, o local de formação. A partir do aumento da racionalização
do processo de trabalho a escola, cada vez mais generalizada, se
constitui o local específico de formação para o trabalho. As atuais
mudanças na produção capitalista com o implemento de novas
tecnologias de informação, comunicação e microeletrônica, exigindo
o conhecimento de novos conteúdos, faz com que os anos de
escolaridade básica aumentem quantitativamente e a organização
curricular volte-se para o desenvolvimento de capacidades técnicas e
de uma nova sociabilidade. Neste sentido, as massas trabalhadoras
contribuem para a reprodução do capital e para a “obtenção do seu
consentimento ativo para as relações de exploração e dominação
burguesas na atualidade” (NEVES; PRONKO, 2008, p. 25).
No que se refere ao
trabalho complexo
, nos primórdios da
indústria era realizado por um número reduzido de trabalhadores
que exerciam a função de controle e manutenção da maquinaria.
Estes trabalhadores especializados – que tinham o papel de
intelectuais orgânicos dos proprietários industriais – eram formados
em instituições superiores de caráter científico. Por outro lado, os
demais trabalhadores especializados eram formados em instituições
superiores que não ligavam a escolarização superior às demandas
mediatas e imediatas da produção. Com o aumento da racionalização
das relações sociais, estes trabalhadores especializados passaram
a ser formados em instituições refuncionalizadas, isto é, em
instituições que oferecessem diversidade de formação especializada,
uma vez que passou a demandar “o aumento e a diversificação das
funções especializadas para a organização da nova cultura urbano-
industrial em moldes científico-tecnológicos” (NEVES; PRONKO,
2008, p. 26).