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Letramento digital... -
Denyse M. da S. Ataíde e Maria José Pinho
de atuar como agente e parceiro na aquisição do conhecimento,
promovendo pessoas autônomas para atuarem na vida em todas as
suas possibilidades.
Conforme Freitas (2010, p. 348), submerso na era da
informação, hoje o aluno traz para a escola o que descobriu em suas
navegações de internauta e está disposto a discutir com seus colegas
e principalmente com o seu professor. Dessa forma,
[...] Ele não vê mais o professor como um transmissor
ou a principal fonte de conhecimento, mas espera que
ele se apresente como um orientador das discussões
travadas em sala de aula ou mesmo nos ambientes
on-
line
integrados às atividades escolares. A possibilidade
de pesquisar, ler e conhecer sobre os mais variados
assuntos navegando na internet confere ao aluno
um novo perfil de estudante, que exige também novo
perfil de professor. Cabe ao professor estar atento a
essa nova fonte de informações para transformá-las,
junto com os alunos, em conhecimento. Essa é uma
das características do letramento digital: associar
informações, ter uma perspectiva crítica diante delas,
transformando-as em conhecimento.
Como se percebe, o professor não é apenas parte do processo
educacional. É também ator e agente mediador e também
problematizador das ações cognitivas. Sua relação com os estudantes
precisa transcorrer numa postura dialógica (FREIRE, 1997) e
horizontal, além de aprendiz, assim como seus alunos. Portanto,
a humildade é um aspecto inerente a esse novo professor, e em
sua prática não tem espaço para nenhum tipo de arrogância ou
prepotência.
3.1 O Professor como Agente Mediador nos Eventos de
Letramento
Não é possível pensar o letramento digital desvinculado das
práticas sociais e do cotidiano de professores e alunos. Estudos como
os de Guczak (2010) apontam para o letramento digital na perspectiva
cultural, no pensar, agir, ler e escrever de uma comunidade ou grupo
de indivíduos e suas interações com a linguagem.