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Letramento digital... -
Denyse M. da S. Ataíde e Maria José Pinho
Conforme Soares (1998), o verbete letramento surgiu a partir
da necessidade imposta de se avaliar o processo de quem sabe
ler e escrever, em contraposição a uma preocupação anterior,
que se voltava apenas para o estado ou condição de alfabetismo,
diferenciando os dois termos, definindo alfabetização como um
estado, e letramento como um processo. “Tal necessidade veio como
conseqüência da compreensão de que é preciso não apenas saber
ler e escrever, mas saber fazer uso efetivo da leitura e da escrita,
respondendo às demandas sociais” (PAES DE BARROS, 2006, P. 135),
de sorte que o termo letramento diz respeito às práticas de leitura e
escrita em diferentes contextos.
A autora cita Kleiman (1995, p. 19), considerando que
“podemos definir hoje o letramento como um conjunto de práticas
sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto
tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”,
e, sendo, assim, mais do que decodificar signos, entender regras
ortográficas, sintáticas ou gramaticais, o ensino da língua escrita
deve considerar também a apropriação das práticas sociais de uso
da linguagem, contribuindo, ademais, para a conquista de um novo
modo de ser e estar na sociedade.
Autonomia, criatividade e desenvolvimento cognitivo são
algumas das habilidades adquiridas e competências identificadas
nesse novo estudante, que surge a partir da convivência virtual,
tornando aparente um grau de letramento que se explica a partir
do uso da internet. Esse ambiente colaborativo é quem irá “seduzir”
crianças e jovens para a aquisição do letramento intelectual, resultado
das interações nos ambientes virtuais.
Segundo Xavier (2005, p. 3), estudos como os de Tapscott
(1999) indicam que têm sido bastante significativas as novas práticas
de aprendizagem e o conteúdo teórico adquirido por daqueles que
têm utilizado o computador conectado à Internet como ferramenta
pedagógica. Segundo Tapscott apud Xavier (2005, p. 3), a geração
que tem crescido na rede de computadores tende a desenvolver
habilidades como:
[...] independência e autonomia na aprendizagem;
abertura emocional e intelectual; preocupação pelos
acontecimentos globais; liberdade de expressão e
convicções firmes; curiosidade e faro investigativo;