50
Letramento digital... -
Denyse M. da S. Ataíde e Maria José Pinho
aspectos importantes. Todavia, tudo isso desaparece na interação
virtual, criando a necessidade de uma transposição metodológica,
com novos instrumentos de pesquisa, diferentes procedimentos, e
possivelmente outros dados, com ênfase em outros aspectos, visando
ao estudo do mesmo fenômeno da interação.
Todavia, há também a interação aluno-professor. Para Leffa
(2005), uma diferença reveladora na interação aluno-aluno e aluno-
professor, é a natureza dessa interação, com ênfase, geralmente, no
aspecto afetivo quando a interação é com o colega, e no aspecto
do conteúdo quando a interação é com o professor. Sendo assim,
o aluno interage com o professor principalmente para esclarecer
dúvidas sobre o conteúdo, e não apenas para responder perguntas
feitas pelo professor.
É também de Leffa (2005) a constatação de que a interação
virtual, incluindo não só a interação aluno-aluno, mas também a
interação aluno-professor e a relação do aluno com o conteúdo e
os instrumentos disponíveis, devem ser interpretadas com cautela,
principalmente porque se trata de uma área de evolução muito
rápida.
Contudo, Leffa (2005) vê vantagens e desvantagens nos dois
lados. Em termos absolutos ele entende que parece óbvio que
todo o resto sendo igual, a interação face a face, no estágio atual
de evolução, é superior à interação virtual e que nada substitui a
presença física do professor ou do colega. Mas há diferenças também,
uma vez que na sociedade em rede em que vivemos atualmente, a
educação a distância não é apenas uma possibilidade, mas também
uma necessidade.
2.2 A Leitura e a Escrita no contexto do Letramento Digital
A realidade atual no que tange às práticas de leitura e escrita
precisa ser entendida a partir da perspectiva “virtualidade” que
permeia todas as atividades do homem moderno. Aliás, transitar
entre o “real” e o “virtual” é um imperativo que requer habilidades
e competências, e neste aspecto a escola se apresenta como uma
agência onde professores e alunos interagem em condições de
igualdade, diluindo as fronteiras da hierarquização do saber. A leitura
e a escrita, nesse cenário, assumem outras características.