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Letramento digital... -
Denyse M. da S. Ataíde e Maria José Pinho
2.1 Letramento e Letramento Digital
Buscamos, nesta seção, refletir sobre letramento digital, o
que requer, inicialmente, uma abordagem sobre os conceitos de
letramento. Para isso, tomamos como base os estudos de Soares
(1998; 2002); Kleiman (2007), Leffa (2005), Xavier (2004) e Heath
(1983), dentre outros.
Conforme Soares (2002, p.145), letramento é o “estado ou
condição de indivíduos ou grupos sociais de sociedades letradas
que exercem efetivamente as práticas sociais da leitura e de
escrita e participam competentemente de eventos de letramento”.
Considerando a inserção de novas práticas sociais de leitura e
escrita propiciadas pelo computador e
internet,
podemos identificar
um estado diferente daquele a que conduzem às práticas de leitura
e escrita já existente na cultura do impresso. Partindo daí, Soares
(2002, p.156), reconhece que diferentes tecnologias da escrita criam
diferentes letramentos.
Sendo assim,
[...] Propõe-se o uso do plural letramento para enfatizar
a ideia de que diferentes tecnologias da escrita geram
diferentes estados ou condições naqueles que fazem
uso dessas tecnologias, em suas práticas de leitura e
de escrita, diferentes espaços de escrita e diferentes
mecanismos de produção, reprodução e difusão da
escrita resultam em diferentes letramentos.
Segundo Barton (1998)
apud
Xavier (2004, p. 4):
[...] letramento não é o mesmo em todos os contextos;
ao contrário, há diferentes Letramentos. A noção
de diferentes letramentos tem vários sentidos: por
exemplo, práticas que envolvem variadas mídias e
sistemas simbólicos, tais como um filme ou computador,
podem ser considerados diferentes letramentos,
como letramento fílmico e letramento computacional
(computer literacy).
Na perspectiva desse conceito de letramento, Soares (2002,
p. 146) admite que “o momento atual oferece uma oportunidade