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Concepção de homem...
Alessandra Dal Lin e
Anita Helena Schlesener
A
superação
da
alienação no
contexto
de
uma nova
sociedade
Os
Manuscritos Econômicos Filosóficos
iniciam uma reflexão
sobre as necessidades de transformação do trabalho e de
superação da propriedade privada dos meios de produção para
se poder constituir uma nova sociedade baseada na formação de
um novo homem. Essa ideia se apresenta nas observações sobre
o comunismo como “superação positiva da
propriedade privada
enquanto
auto-alienação do homem
e, por isso, como
apropriação
efetiva da essência
humana
através do homem e para ele” (MARX,
1974, p. 14 – grifos do autor). Trata-se de uma nova realidade na
qual o homem retorna a si e se recompõe enquanto homem social
e redefine, a partir desse novo contexto, a sua humanidade.
Com o comunismo “a supra-sunção do estranhamento-de-si
faz o mesmo caminho que o estranhamento-de-si”. Desse modo
não somente o capital, que é a forma de existência da propriedade
privada, precisa ser suprimido, mas também o trabalho fragmentado
que “é apreendido como a fonte da nocividade da propriedade privada
e da sua existência estranha do homem”. (MARX, 2004, p.103)
Marx define o comunismo como sendo “finalmente, a
expressão positiva da propriedade privada supra-sumida, acima
de tudo a propriedade privada universal”. Com a suprassunção
da propriedade privada surge a essência positiva da propriedade
privada comunitária que associada a consciência da natureza
humana abre a possibilidade do homem retornar a si mesmo
(MARX, 2004, p.103).
Trata-se do retorno pleno, tornado consciente e
interior a toda riqueza do desenvolvimento até aqui
realizado, retorno do homem para si enquanto homem
social, isto é, humano. Este comunismo é, enquanto
naturalismo consumado=humanismo, e enquanto
humanismo consumado = naturalismo. Ele é a
verdadeira dissolução do antagonismo do homem com
a natureza e com o homem; a verdadeira resolução do
conflito entre existência e essência, entre objetivação e
auto-confirmação, entre liberdade e necessidade, entre
indivíduo e gênero. (MARX, 2004, p. 105)