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Concepção de homem...
Alessandra Dal Lin e
Anita Helena Schlesener
a existência. O homem produz a sociedade ao mesmo tempo em
que produz e reproduz a si próprio enquanto indivíduo inserido no
conjunto das relações sociais. É na relação ativa com a natureza e
com os outros homens pelo trabalho que o homem constrói o seu
modo especifico de ser e esse processo constitui a educação.
Iniciamos com uma apresentação introdutória do significado
dos conceitos de trabalho e propriedade privada presentes nos
Manuscritos Econômicos Filosóficos, bem como as proposições de
sua superação, a fim de explicitar o conceito de homem, base da
noção de educação.
O
trabalho
e
a
propriedade
privada
a
partir
dos
M
anuscritos
E
conômico
-F
ilosóficos
Os Manuscritos Econômico-Filosóficos iniciam uma pesquisa
rigorosa de identificação da natureza social do trabalho e das
características que este assume no contexto do modo de produção
capitalista enquanto parte de um movimento que gera a exploração
do homem pelo homem, bem como as possibilidades de se alcançar
a emancipação política e social. Parte-se da explicação de que, ao
estabelecer a relação com o objeto o trabalhador além de suprir
suas necessidades também produz a socialização, que é fator
indispensável para uma sociedade transformadora. Para Marx, o
objeto é a externalização de sua subjetividade e capacidade humana
na produção da sua atividade de trabalho, pois este constitui a
relação histórica do homem com a natureza bem como determina
sua condição humana.
Os Manuscritos Econômicos Filosóficos são organizados de
forma orgânica e compreendem três momentos: o primeiro refere-
se a crítica da economia clássica e atinge seu ponto principal no
capítulo trabalho estranhado; o segundo refere-se a uma descrição
sobre capital e trabalho; no terceiro Marx aborda os temas: trabalho
e propriedade privada e faz uma crítica à dialética de Hegel,
especialmente a obra Fenomenologia do Espírito. O desenvolvimento
deste estudo busca explicitar o conceito do homem fundamentado
na categoria trabalho por ser um elemento mediador e condutor da
argumentação de Marx.
Marx percebe em suas leituras críticas e estudos que existia um
componente ideológico da economia política, no momento em que