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A escola pública e processos... -
Oséias Santos de Oliveira et al.
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educação e, com ela as políticas de formação de professores, a
partir da promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB nº 9.394/96 (BRASIL, 1996), um processo polêmico
que ignorou a trajetória de reflexão e discussão da própria área
de educação, representada por suas entidades, consolidando um
projeto educacional de cunho neoliberal, em que um Estado mínimo
se desobriga de sua responsabilidade histórica ao mesmo tempo em
que pactua com o
aligeiramento
e barateamento da formação das
novas gerações.
Nesta perspectiva, torna-se necessário analisar o processo de
formação inicial e continuada do professor no contexto escolar sem
ignorar que este faz parte do mundo globalizado, em que sua ação,
ainda que com características limitadas, por conta das políticas e das
influências dos organismos internacionais, tem um papel fundamental
no entendimento de formação.
Frente às imposições do modelo neoliberal, a questão da
centralidade do professor como profissional, ainda é um fator de
fundamental importância, embora se revista de uma nova ótica,
na qual se verifica a contribuição deste profissional para a eficácia
e eficiência do projeto social que serve a este modelo. Conforme
argumenta Pimenta (2005, p. 40), a transposição do lugar desta
centralidade da ação docente, em outro tempo desencadeada a
partir do processo de democratização da própria sociedade, com forte
aspiração de um modelo pautado na social-democracia, atualmente
passa por um período de ressignificação frente aos interesses do
capital.
Dentre as diretrizes que envolvem a formação de professores,
verifica-se a forte influência das propostas dos organismos
internacionais que conduzem às políticas educacionais e determinam
as metas, as condições e as perspectivas para a educação, em
especial nos países subdesenvolvidos, como é o caso do Brasil. Estes
organismos, entre eles, a UNESCO – Organização das Ações Unidas
para a Educação, o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a
Infância, o BM – Banco Mundial e o PNUD – Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, constituem-se em canais por onde
ecoa o ideário neoliberal e têm a tarefa prioritária de incentivar e
de forçar a adequação das nações aos interesses desta nova ordem
econômica que se firma através de reestruturação nas bases de
produção e de sustentação do capital.