A escola pública e processos... -
Oséias Santos de Oliveira et al.
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universo múltiplo e complexo, caracterizado por uma crescente
internacionalização da produção, do mercado, do trabalho e da
cultura. Este breve estudo apresenta alguns esforços no intuito
de provocar discussões e questionamentos sobre a formação de
professores no contexto neoliberal em que se vive.
Para tanto, nos valemos de resultados de estudos realizados
ao longo do desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulado
“A Construção da Autonomia, da Qualidade e da Democracia
na Escola Municipal nos Diferentes Espaços da Gestão Escolar”
desenvolvido na rede municipal da Região Central do Estado
do Rio Grande do Sul, desde janeiro de 2008, que tem por
propósito conhecer os espaços possíveis e as ações de construção
da autonomia escolar. Neste sentido, os professores, como
responsáveis primeiros pela gestão da escola devem compreender
politicamente o seu papel social de modo a ocupar os espaços
possíveis determinados legalmente, enquanto práticas de gestão
escolar coerentes com uma organização para a formação cidadã,
o que demanda a necessidade de formação continuada em serviço
como um compromisso da instituição e de seus profissionais.
Para elucidar a prática das políticas de formação continuada
na rede escolar em estudo, tomou-se como referência a realidade
de uma escola, da qual foram analisados os documentos que
dão sustentação às praticas educativas e propostas defendidas
pela instituição: o Projeto Político-Pedagógico, o PDE/Escola
– Plano de Desenvolvimento da Educação/Escola e as atas
de reuniões pedagógicas ocorridas ao longo do ano de 2008
e, nestes documentos, a política de formação continuada de
seus profissionais, utilizando-se uma abordagem de caráter
qualitativo.
A escolha desta escola deveu-se ao fato de, em 2007,
apresentar o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica – IDEB - entre as escolas públicas no município de Santa
Maria/RS. Na referida avaliação, o índice de desempenho total da
rede municipal ficou na marca de 4,2 pontos para os Anos Iniciais
e em 3,8 pontos para os Anos Finais do Ensino Fundamental. Na
escola em questão, o IDEB é de 5,4 nos anos iniciais e de 5,0 nos
anos finais em uma escala de 0 a 10. Apesar da escola se salientar
frente à realidade da rede municipal, ainda não atingiu o IDEB
6,0, índice mínimo considerado pelo Governo e pelos organismos