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Contribuições de Gramsci...
Rosane Biesdorf e Adriana Maamari
(1989, p.87). O autor propõe uma reforma urgente no processo
educativo, onde se faz necessário “[...] uma educação para a
decisão, para a responsabilidade social e política”. Para tanto,
os cidadãos deveriam ter consciência desta transitividade, para
não aceitarem uma sociedade plasticamente democrática, e, sim,
tornarem-se sujeitos da democracia.
Freire (1987) apresenta seu pensamento, no qual destaca que
a educação, para atender às reais necessidades do ser humano,
deveria ser baseada em um dialogo aberto entre dois aprendizes,
educadores e educandos, sendo que os primeiros objetivariam a
mediação do conhecimento, já de seu domínio, para que os últimos
o internalizem e possam usá-lo de forma consciente e crítica em suas
relações sociais. Deste modo, educandos tornar-se-iam autônomos,
sujeitos livres, conscientes e responsáveis por seus próprios atos. O
diálogo pedagógico não iguala professores e alunos.
Se fossem iguais, um se converteria no outro. O diálogo
tem significação precisamente porque os sujeitos
dialógicos não apenas conservam sua identidade, mas a
defendem e assim crescem um com o outro. O diálogo,
por isso mesmo, não nivela, não reduz um no outro.
(FREIRE, 1992, p.118)
Dessa forma, compreende-se que a educação dialógica não
necessita que um imponha seu pensamento sobre o outro, mas que,
em conjunto, os sujeitos ampliem seu saber. Alguns pensadores
Freirianos denominam como dodiscência o ato de ensinar e aprender,
onde ambos os envolvidos ensinam e aprendem, sem impor-se.
Ao referir-se às individualidades, Freire (1989, p.50) coloca:
“O homem, radical na sua opção, não nega o direito do outro optar.
Não pretende impor sua opção. Dialoga sobre ela”. Mesmo estando
convencido de seu acerto, respeitará no outro o direito de também
julgar-se certo. Tentará convencer e converter o outro, e não o
obrigará a aceitar a sua posição como sendo a única verdadeira.
Percebe-se, assim, que a educação não poderá ser opressora, como
também a sociedade não poderá impor-se ao sujeito.
Para Freire, o professor, assim como os demais líderes, devem
ter sempre uma autoridade não autoritária; somente assim, os
indivíduos livres, autônomos terão a oportunidade de usar seus