Página 130 - cad_pesq_15

Versão HTML básica

130
Redes sociais e escola...
Eliete Jussara Nogueira et al
imagem de seu patamar artístico e trazendo-a para o cotidiano,
“vulgarizando-a” e popularizando-a como uma forma de
expressão, uma forma de escrita.
Considerando, portanto a escrita multimodal, o uso de imagens
em
fotologs
e no
Flickr
e os audiovisuais (chamados apenas de
vídeos) no
Youtube
e do
Vimeo
, por exemplo, como as formas atuais
de escrita, voltamos à escola e nos perguntamos sobre seu papel
nisso tudo. A escola ainda é logocêntrica, voltada no mais das vezes
para a leitura e produção de gêneros textuais os quais têm baixa ou
nenhuma circulação na internet, como as tradicionais “redações”
ou que não são utilizados para a criação e manutenção das redes
sociais e para a interação em comunidades de prática, onde as
pessoas se dedicam a atividades similares e aprendem umas com
as outras no processo.
I
mpactos
das
redes
sociais na
escola
Diferentes modos de aprender e de se relacionar com o
conhecimento têm surgido a partir das comunidades de prática
e das redes sociais. Com elas, emergem a necessidade de novos
letramentos e de formas outras construção de conhecimento. Lidar
com essas necessidades tem sido um desafio para escola.
Partindo da ideia da inteligência coletiva proposta por
Lévy (1998) e do hipertexto como uma forma de produção e
disseminação de conhecimento nas redes sociais, a escola
precisaria proporcionar novos letramentos, aqueles que surgem
coletivamente e que envolvem habilidades sociais desenvolvidas
através da colaboração e do trabalho em rede e que possibilitam
às pessoas resolver problemas coletivamente (JENKINS, 2007).
Tal mudança de foco é reforçada por Siemens (2008, p.1)
quando alerta para o fato de que “a aprendizagem informal é
um aspecto significativo de nossa experiência de aprendizagem.”
Segundo ele, a educação formal não mais cobre a maior parte de
nossa aprendizagem, pois ela ocorre de várias maneiras: através de
comunidades de prática, redes pessoais e através da conclusão de
tarefas relacionadas ao trabalho. Neste último caso, por exemplo,
entendemos que os estudantes cada vez mais são trabalhadores
que estudam (e não mais alunos que trabalham) e que aprendem
também com seu exercício profissional.