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Redes sociais e escola...
Eliete Jussara Nogueira et al
Observemos que os três modelos de rede acima bem que
poderiam representar tipos de hipertextos (GOMES, 2010), mas
representam, neste caso, conexões de pessoas em redes. A implicação
mais direta, cuja discussão foge ao escopo do presente trabalho, é
que se os links hipertextuais, conforme vemos nos sites de redes
sociais (
Orkut, Facebook, MySpace, Twitter
, etc.) conectam além
de textos/documentos, pessoas e comunidades, eles tornam-se
elementos centrais não apenas no hipertexto (GOMES, 2010), mas
são também centrais na formação e manutenção de redes socias.
De fato, como explica Recuero (2009, p.105), “redes sociais também
podem ser construídas através de comentários e dos links”. Nesse
caso, talvez os estudos sobre o hipertexto possam ampliar seu escopo,
averiguando como links de comentários, de “curtir”, “compartilhar”
e outros tantos tipos de que conectam sites de relacionamento entre
si promovem não apenas novas possibilidades de leitura hipertextual,
mas a constituição e a manutenção de redes sociais.
N
ovos
usos
da
escrita
De uma
Web
1.0, predominantemente empresarial, não
interativa, que permitia apenas ao consumo de informação quase
que exclusivamente textual (a imagem é um “luxo” que se podia
descartar para ler “apenas” o texto) e que acabou numa bolha
econômica, passamos, a partir de 2005, para a
Web 2.0,
com
novíssimas possibilidades de interação, que permitem não apenas
consumo, mas também – ou principalmente – produção de textos,
agora textos feitos de imagens, textos audiovisuais, textos com links
e textos com palavras e imagens.
O compartilhamento de informações, o falar de si, o desejo
de visibilidade e a disponibilidade de sons, imagens e vídeos,
dentre outras razões propiciaram novos usos da escrita nas
quais, muitas vezes, a imagem passa a ter função central na
construção dos sentidos (e não mais periférica, como simples
ilustração), como vemos nos
fotologs
e no
Youtube
, para citar
os mais comuns. A imagem ganhou uma importância que antes
não tinha. Os
blogs
são combinações verbovisuais; o
Twitter
recentemente começou a permitir a incorporação de imagens
aos 140 caracteres tradicionais, o
Flickr
, com suas diferentes
seções está ajudando a criar uma nova cultura visual, tirando a