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Redes sociais e escola...
Eliete Jussara Nogueira et al
Na Física, talvez a contribuição mais importante seja a de Albert-
László Barabási, com seu livro “Conectado: a nova ciência das redes”,
de 2002. Para o autor, aliás, as redes estão em toda parte, só nos
resta percebê-las.
Com a metáfora das redes sendo cada vez mais utilizada na
educação, não tardaram surgir novas propostas de teorização sobre
aprendizagem e construção de conhecimentos em rede. Salomon
(1993, apud SIEMENS, 2008) aborda a cognição e o conhecimento
distribuído. Para o autor, a cognição que ocorre “em conjunto ou
em parceria com outros” é tributária da teoria vygostkyana sobre
a cognição como produto de um determinado contexto ou ambiente
social, do uso do computador para auxiliar na atividade intelectual,
e da insuficiência de se limitar a cognição apenas “na cabeça” das
pessoas ou, como explicam Cole & Engerström, (1993, p.15, apud
SIEMENS, 2008) a cognição é fruto das interações diárias entre
pessoas e ela é, portanto, socialmente distribuída.
Caminhando nas discussões sobre as redes e a educação,
Araújo (1998, apud SIEMENS, 2008) advoga a ideia de que a
aprendizagem e o conhecimento residem em “redes heterogêneas
de relacionamentos entre o mundo social e material” (ARAÚJO,
p.317, apud SIEMENS, 2008, p.6). E, para Siemens (op.cit., loc.cit.),
para que os indivíduos tenham acesso ao conhecimento de uma
determinada sociedade ou cultura, as ligações devem ser formadas
através do uso de artefatos de mediação, como a tecnologia ou as
artes, por exemplo.
As empresas de tecnologia não tardaram a perceber o potencial
comercial das redes sociais e logo começaram a lançar recursos
e serviços, como por exemplo, o
MySpace
(2003), o
Orkut
(2004),
o
Flickr
(2004) e o
Facebook
(2004). Hoje há um grande número
dessas ferramentas de socialização. De acordo com Siemens, a
partir de 2005, as definições de redes (sociais) de aprendizagem
começaram a dar mais ênfase nas pessoas, reconhecendo, porém
as duas dimensões: técnica e humana e considerando a tecnologia
como tendo dupla função: armazenar e conectar informações e
possibilitar a manutenção das redes sociais. (VEEN & VRAKKING,
2006, apud SIEMENS, 2008). As redes são, portanto, também um
meio pelo qual o conhecimento é distribuído.
Atualmente, na denominada por Siemens como a quinta etapa
das redes,