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Redes sociais e escola...
Eliete Jussara Nogueira et al
D
efinindo
redes
sociais
Embora o conceito de rede social (do inglês
social network)
tenha saido primeiramente definido em 1994, por Wasserman
& Faust (apud VALENTIM, 2008), como um ou mais conjuntos
finitos de atores (nós) e eventos e das relações e interações (laços)
sociais estabelecidas entre eles, seus significados têm evoluido nos
últimos anos. Franco, um dos principais estudiosos sobre as redes
sociais e suas relações com a educação, em seu texto Buscadores
e Polinizadores (2010a), alerta para o fato de que o que constitui
as redes são as ações; ele enfatiza que as redes são ambientes de
interação, não apenas de participação. Recuero (2009), por sua
vez, lembra que os atores sociais que utilizam as redes é que são as
redes. As redes somos nós. Reforçando o papel dos atores, Recuero
diferencia redes sociais de sites de redes sociais. Para ela, “embora
os sites de redes sociais atuem como suporte para as interações que
constituirão as redes sociais, eles não são, por si, redes sociais”.
O termo rede como metáfora para expressar as relações entre
seus atores foi inicilamente utilizado pelo matemático suíço Leonhard
Euler em 1736. Hoje a estrutura de grafos (redes) nos é útil pois ajuda
a representar a complexidade das nossas relações sociais.
Na educação, uma das primeiras referências sobre modelos
de rede foi feita pelo educador austríaco Ivan Illich (1970), em sua
famosa obra “Sociedade sem Escolas”, onde preconizava a rede
mundial de computadores através da qual os alunos poderiam
acessar a informação de que necessitassem, sem que dependessem
do professor.
Posteriormente, outros estudos vieram ampliando as noções de
rede, como nos revela Siemens (2008). Entre os sociólogos, Wellman,
publicou em 1978 o livro Nação Rede, no qual discutia o papel da
comunicação mediada como um agente transformador da sociedade.
Em 2001, Wellman introduziu o conceito de “individualismo
conectado” referindo-se ao uso que as pessoas fazem das redes para
obter informações, colaboração, serviços e apoio para si mesmas,
além da busca da sociabilidade e do sentido de pertencimento.
Castells em 1999 e Watts, em 2003, ambos sociólogos, contribuiram
para popularizar as visões de redes de interação, comunicação e
organização social através das obras clássicas, respectivamente, “A
socidade em rede” e “Seis Degraus: a ciência de uma era conectada”.