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Concepção de homem...
Alessandra Dal Lin e
Anita Helena Schlesener
da recuperação humanas para o próximo desenvolvimento histórico”.
A partir dessa nova realidade o homem ao retomar sua condição
genérica, universal, torna-se consciente e sensível à “existência da
natureza e a natureza para o homem enquanto existência do homem”
(MARX, 2004, p. 114).
C
onsiderações
finais
Como acentuamos no início desse trabalho, a apresentação
introdutória do significado dos conceitos de trabalho e propriedade
privada presentes nos Manuscritos Econômicos Filosóficos, bem como
as proposições de sua superação, visam a explicitar o conceito de
homem enquanto base da noção de educação, a ser desenvolvida
em trabalho posterior. A educação recebe aqui o seu significado
mais amplo de formação integral do homem e, dessa perspectiva,
as observações de Marx sobre a superação das contradições da
sociedade capitalista, geradas na formação dos aspectos subjetivos
e objetivos da relação entre trabalho alienado e propriedade
privada, instâncias que se constituem como interdependentes e
contraditórias no modo de produção capitalista, são mais do que
nunca pertinentes.
Cabe acentuar que as observações sobre o comunismo soam,
no momento em que se vive um aprofundamento das relações
de exploração do trabalho no contexto do neoliberalismo, como
utópicas. Entretanto, se tomarmos em conta o aprofundamento das
contradições econômicas e sociais no âmbito da sociedade neoliberal,
contradições que anunciam a entrada em um caminho sem saída
ante a profunda crise estrutural que se vive principalmente a partir
de 2008, essas ideias parecem incentivadoras.
No âmbito da educação, poderiammotivar o debate sobre uma
mudança estrutural do sistema de ensino, se a educação escolar
propiciasse iniciar um processo de formação integral do homem
dentro dos limites da instituição escolar. Cabe esclarecer, porém,
que a escola é um dos espaços de educação e, do ponto de vista da
leitura dos
Manuscritos Econômicos Filosóficos
, certamente não é o
principal, visto que o homem se forma em sua essência a partir do
modo como instaura suas relações com a natureza e com os outros
homens pelo trabalho. A questão da educação integral, portanto,
passa pela transformação radical da sociedade.