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M
ovimento docente no
B
rasil
:
os
limites das
suas
palavras de ordem
-
cidadania
e
democracia
Maria de Fátima Rodrigues Pereira (UTP/ Brasil)
Os filósofos só interpretaram o
mundo de diferentes maneiras; do que se trata
é transformá-lo (Karl Marx. Ad Feuerbach).
R
esumo
Os economistas, com base na queda das taxas globais de acumulação,
têm considerado a década de 1980 perdida. O Brasil que tinha acelarado o
processo de industrialização, apresentou, também, taxas negativas após alto
crescimento na década de 1970. Como contratendência, foram incorporados
resultados de pesquisas científicas e tecnológicas, da formação profissional.
Politicamente, os objetivos eram múltiplos e heterogêneos: a burguesia
estava empenhada em mudar o estilo de dominação política, as classes
trabalhadoras urbanas e rurais chocavam-se abertamente com a política
social e salarial da ditadura militar. Neste cenário, desenvolveram-se, com
vistas a ampliar os espaços de participação política na socialização da riqueza
e do poder - os movimentos sociais - entre os quais o dos educadores. Duas
foram as pautas de luta: 1 conquista de direitos
trabalhistas teve na greve seu instrumento de atuação; 2 defesa da
democratização da educação, do planejamento participativo, da cidadania.
Esta comunicação analisa os paradoxos da democracia e cidadania enquanto
direitos abstratos, conformados aos interesses burgueses do atual modo de
existência. Apresenta os limites históricos das lutas do movimento docente
para a consecução da emancipação humana.
Palavras-chave: movimento docente; cidadania; democracia; emancipação.
I
ntrodução
O Brasil viveu, na década de 1980, um complexo processo
histórico marcado, pela já reestruturação do capital monopolista
em nível mundial que entre outras decorrências, afetava o Estado
brasileiro na captação de empréstimos externos.
Neste contexto, ao ser elevado o grau de exploração da força
de trabalho ocupada, ao ser ampliada a submissão dos trabalhadores